Mais uma vez, Fernando Diniz retorna às manchetes. Xingado pela torcida na derrota do Cruzeiro para o Athletic por 1 a 0, pelo Campeonato Mineiro, na última quarta-feira, o treinador volta a ter seu trabalho questionado.
Mas por que isso acontece com tanta frequência? Qual o motivo de Dinizismo não se firmar no futebol brasileiro?

Após viver um 2023 mágico com a conquista da Libertadores pelo Fluminense, o comandante colecionou fracassos pela Seleção Brasileira e, agora, pela Raposa. Inclusive, chegou a terminar a temporada passada como praticamente demitido, mas ganhou voto de confiança da diretoria com a chegada dos badalados Cássio, Fagner, Fabricio Bruno, Dudu, Gabigol, entre outros. Porém, nem os reforços estrelados fazem o treinador melhorar o trabalho.
O questionamento, no entanto, não é de hoje. Desde 2016, quando levou o modesto Audax à final do Paulistão, Diniz tem altos e baixos. Muito mais baixos do que altos, na verdade.
Trajetória de altos e baixos. Mais baixos do que altos.
Em 2018, foi demitido pelo Athetico Paranaense após 34% de aproveitamento e o time na vice-lanterna do Brasileirão, com cinco vitórias, sete empates e nove derrotas em 21 jogos. Chegou a ter boas atuações, mas o resultado não veio.
No ano seguinte, iniciou sua primeira passagem pelo Fluminense. Também teve exibições vistosas, que chamaram atenção de todos, mas a história foi a mesma: demissão com o time na antepenúltima colocação sendo três vitórias, três empates e nove derrotas.
Logo em seguida, foi contratado pelo São Paulo. Chegou a liderar o Brasileirão de 2020 (que avançou para 2021 por causa da pandemia), protagonizou a discussão pública com Tchê Tchê e advinhem: desligado após sequência negativa.
Foi para o Santos e ficou apenas quatro meses, sem deixar saudade.
O mesmo no Vasco, quando não conseguiu subir à Série A ao assumir o time na 23ª rodada, na 10ª posição.
Em 2023, a redenção com o Fluminense.
E, agora, mais um trabalho ruim, no Cruzeiro.

Mude, Diniz! Por você. Pelo futebol.
Fernando Diniz é excelente treinador.
Um respiro na mesmice do futebol brasileiro.
Mas precisa mudar.
Se reinventar.
Como tentou mudar o futebol brasileiro.
O argumento de que o time jogou bem e criou, mas não marcou, não funciona mais.
De que adianta posse de bola se ela não vai para o fundo da rede?
Os torcedores já não apoiam mais.
A imprensa, muito menos.
Os jogadores, ao que tudo indica, ainda gostam do seu estilo.
Só ele pode dar essa reviravolta na carreira.
Mas precisa admitir que comete erros.
E corrigi-los.
Não dá mais para ser o treinador do Audax, de uma década atrás.
Faça isso, Diniz.
Por você.
Pelo futebol brasileiro.