Dorival Junior é o novo técnico do Corinthians.
Mano Menezes é o novo técnico do Grêmio – com a chance de Felipão como supervisor!
Cuca é o novo técnico do Atlético-MG.
Renato Gaúcho é o novo técnico do Fluminense.
Vagner Mancini é o novo técnico do Goiás.
Carille é o novo técnico do Vasco.
São sempre os mesmos nomes. Sempre os mesmos trabalhos. Sempre demitidos depois de 3 meses. Sempre a diretoria pagando três rescisões ao mesmo tempo. Mas ninguém questiona. Pelo contrário: batem palmas. Afinal, “fulano é bom de grupo e fala a língua do boleiro”.
Só isso conta.
Tática, estratégia, trabalhos recentes?
Esqueçam!
Mesmice + salários milionários = ?
O que vale é aquele velho e ultrapassado discurso, as frases de efeito das décadas passadas que não funcionam mais. Mas, para os dirigentes, funcionam. Afinal, os nomes de sempre servem de escudo para esconder um impeachment a caminho, uma venda para SAF com presidente de CEO e outros absurdos dos bastidores.

E com uma inflação surreal no futebol, afinal, ninguém mais ganha menos de R$ 1 milhão.
Os números dos salários dos treinadores são assustadores.
Sabem o que vai acontecer?
Clubes ainda mais quebrados e SAFs comprando por merrecas.
O Corinthians, agora, optou por Dorival Júnior, com trabalho pra lá de duvidoso na seleção brasileira – aliás, como ele chegou lá? Mas a preferência da diretoria era o Tite, que ganhou Libertadores e Mundial pelo clube há mais de uma década!
Os títulos pelo Flamengo, que fez Dorival parar na CBF, todos sabem, foram um acaso do destino.
Ou por que ele ficou mais de 10 anos sem ter uma conquista de expressão?
Renato Gaúcho vive da Libertadores de 2017.
Mano Menezes sabe-se lá de quê. Copa do Brasil de 2018? Tem sete anos!
E Cuca, que sempre abandona os trabalhos no meio e vai fazer isso já já no Galo? Libertadores de 2012? Façam as contas!
Ninguém escapa.
E as novidades?
Sinceramente, o que eles têm de diferente para apresentar?
São raras as exceções, como Filipe Luís, Rogério Ceni, Roger Machado e Vojvoda.
O futebol brasileiro, definitivamente, se recusa a evoluir e renovar. Mais uma vez, um clube gigante recorre a um treinador veterano com trabalhos questionáveis.
Sabe quando um treinador brasileiro critica a escolha dos clubes por estrangeiros? É a famosa reserva de mercado. Afinal, se a maioria dos dirigentes optar pelos gringos, muitos tupiniquins ficarão sem emprego.
Até quando vamos ficar na mesmice? Até tentamos renovar. Primeiro, com os técnicos emergentes. Depois, com os estrangeiros. Mas criaram-se rótulos: “fulano não tem experiência”, “clube só contrata pelo passaporte”.
Enquanto isso, Fernando Diniz está sem clube.
Alex, idem.
Porque são diferentes.
Ou tentam.

Evidente que ninguém é bom só por ser estrangeiro.
Mas nosso nível é tão fraco que qualquer treinador da terceira ou quarta prateleira da Europa brilha aqui, vide Jorge Jesus e Abel Ferreira.
Texto: Pedro Chiaverini
Foto: Montagem sobre fotos de Pedro Souza/Atlético, Lucas Uebel/Grêmio, Marcelo Gonçalves/FFC, Flickr/Cruzeiro e Flickr Rafael Ribeiro/CBF
