Flamengo de BAP recorre a nomes das décadas de 80 e 90

Redação

janeiro 7, 2025

O novo Flamengo, agora presidido por Luiz Eduardo Batista, o BAP, escolheu personagens de décadas passadas para ocupar cargos estratégicos no clube, o que tem dividido opiniões de torcedores nas ruas e redes sociais. Há quem chame alguns nomes de ultrapassados, mas outros defendem que o DNA rubro-negro é mais importante neste momento de reestruturação.

Novo chefe do departamento médico rubro-negro, José Luiz Runco, por exemplo, não é tão novidade assim. Especialista em cirurgias no joelho, principalmente de grandes ídolos do esporte, ele chegou ao clube na década de 80 e ficou até 2015, quando acabou substituído por Márcio Tannure, seu desafeto público. Runco também teve passagem longeva pela Seleção Brasileira. Algumas opiniões dele, no entanto, despertaram discussões:

“Não aceito que o meu jogador tenha medo de se machucar, p*. A profissão dele é essa. Aí dizem que só podem treinar 15 minutos, eu não consigo entender. Aí quando você fala isso, te chamam de ultrapassado. Agora mudou, então tá. Há muito tempo a gente não vê um gol de falta bonito. Eu acho que você tem que trabalhar, treinar, saber lidar com esse tipo de coisa. Como acho que não pode ficar toda hora ‘poupa, poupa’. Que poupar, cara? O cara é preparado para isso”, disse Runco, ao podcast ‘Fora do Jogo’, no dia 08 de agosto do ano passado.

Rodrigo Paiva: Flamengo, Romário, Ronaldo e CBF

Outro nome de peso na gestão BAP é o de Rodrigo Paiva. Ex-atleta de remo do Flamengo, ele assumiu a assessoria de imprensa do clube de 1990 a 1999 e teve clientes de peso como Ronaldo e Romário, antes de comandar o mesmo setor na CBF, onde ficou de 2002 a 2014. Em 2022, voltou à entidade. No entanto,foi desligado no fim do ano passado, sob acusação de assédio.

Rodrigo Paiva volta ao Flamengo, onde trabalhou de 1990 a 1999

“Especificamente quanto à ação da ex-diretora Luisa Xavier contra a CBF, gostaria de esclarecer que não tenho lugar de fala sobre o tema em questão, uma vez que não sou e jamais fui parte desse processo ou de qualquer outro dessa natureza. A ex-diretora mencionada, assim como tantos outros profissionais da CBF, buscou os direitos que entendia ter na Justiça, em processo que ainda está em curso.”, disse Paiva, em nota.

Marketing volta para mãos de quem viveu vacas magras

Para outra pasta importante, mais um nome da velha guarda: Ricardo Hinrichsen assume a vice-presidência de Marketing e Comunicação e de Consulados e Embaixadas. Ele esteve no clube de 2006 a 2009, época de vacas magras na Gávea, e foi o responsável por criar a Fla TV, além de fechar patrocínios com Olympikus, Batavo, Ale, Bozano, entre outros.

“Assim como em 2006, temos um enorme desafio pela frente para o departamento de marketing do Flamengo. Como amplamente divulgado pelo presidente ao longo da campanha, o Flamengo precisa ampliar sua receita total em pelo menos 50% ao longo dos próximos anos.”, projetou.

Marcos Motta: um gigante como VP de administração

Disparado o melhor nome neste cenário, Marcos Motta é outro que volta ao clube onde começou sua carreira no esporte. Sócio fundador da Bichara e Motta Advogados e respeitadíssimo no esporte, ele tem clientes de peso como Neymar, Thiago Silva, entre outros. Também trabalhou com Romário, Roberto Carlos, Gabriel Medina, Juliana Paes, além de vários gigantes do esporte e entretenimento. Motta foi diretor e representante internacional do Flamengo em 1997.

Psicologia volta ao clube pelas sessões de um vencedor

Mais um gigante em sua área, o psicólogo Paulo Ribeiro está de volta ao clube onde trabalhou por mais de duas décadas: de 1990 a 2011. Aliás, passou por maus bocados lá, como a histórica treta entre Edilson e Petkovic. Também com passagem pelo Vasco por quatro anos, o Doutor em Psicologia pela UERJ comandará o setor que foi ignorado por Rodolfo Landim e Marcos Braz desde 2019. Ele foi parte importante do ciclo vitorioso do Botafogo SAF, de John Textor.

“Aprendi a amar essa Instituição gigante e que vivi e participei intensa e calorosamente de todos os seus dias até sua Glória Eterna. Saio com a certeza de que dei o melhor de mim e que deixo alguns amigos para a vida toda. Agradeço publicamente ao Anderson Barros e ao Zé Ricardo pelo convite em dezembro de 2018. Desejo mais sucesso ainda na temporada de 2025. Obrigado por tudo, Botafogo!”

Para os esportes olímpicos, outro cria da Gávea: Marcus Vinícius Simões Freire. Dono da Play 9 junto com o influenciador Felipe Neto, ele foi jogador da histórica “Geração de Prata” do voleibol brasileiro, foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, e campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1983. Sua trajetória esportiva começou nas categorias de base do Flamengo, onde atuou como atleta mirim em 1976/77, retornando ao clube como jogador adulto nas temporadas de 1987/88 antes de seguir para a Europa.

Foi também CEO do Comitê Olímpico do Brasil (COB) entre 2008 e 2016, liderando a delegação brasileira em diversas edições dos Jogos Olímpicos, e Diretor Executivo Geral do Fluminense.