Ednaldo deu aumento a chefe da Comissão de Ética?

Redação

abril 14, 2025

Em meio a questionamentos sobre a governança da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), documentos revelam que Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, concedeu um aumento de 25% ao presidente da Comissão de Ética, Carlos Renato de Azevedo Ferreira, poucos dias antes do arquivamento de uma denúncia de assédio contra ele. O reajuste, que elevou o salário de R$ 40 mil para R$ 50 mil mensais, ocorreu em 8 de janeiro de 2024, dois dias antes da decisão da comissão em 10 de janeiro.

Aumento salarial e arquivamento da denúncia

A denúncia, apresentada por Luísa Rosa, ex-diretora de patrimônio da CBF, em 7 de janeiro de 2024, solicitava o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues e do diretor de governança, Hélio Menezes Júnior, alegando que a presença de ambos comprometeria investigações internas sobre assédio. No entanto, em 8 de janeiro, Ednaldo, Hélio e o diretor financeiro da CBF, Valdecir de Souza, assinaram um aditivo contratual que aumentou a remuneração de Carlos Renato. Dois dias depois, a Comissão de Ética arquivou a denúncia.

Repercussão e questionamentos sobre independência

A sequência dos eventos levantou dúvidas sobre a independência da Comissão de Ética da CBF. Especialistas em direito desportivo apontam que a remuneração de membros de comissões de ética pode comprometer a imparcialidade dessas instâncias. Além disso, a proximidade temporal entre o aumento salarial e o arquivamento da denúncia intensificou as suspeitas de conflito de interesses.

Posicionamento da CBF

Em nota, a CBF afirmou que a Comissão de Ética é composta por seis membros com direito a voto e que o presidente, Carlos Renato, é apenas um deles. A entidade também destacou que rejeitou a denúncia por unanimidade e que o aumento salarial foi parte de uma reavaliação geral das remunerações de colaboradores da CBF.

A revelação de que Ednaldo Rodrigues supostamente deu um aumento para chefe da Comissão de Ética pouco antes do arquivamento de uma denúncia contra ele levanta preocupações sobre a transparência e a governança na CBF. A situação destaca a necessidade de mecanismos que garantam a independência e a imparcialidade das instâncias responsáveis por zelar pela ética nas organizações esportivas.