A CBF já conhece o nome que comandará o futebol brasileiro: Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol. Apoiado por 25 das 27 federações estaduais, o dirigente encabeça uma chapa única e tomará posse com forte respaldo político. A eleição está marcada para o próximo dia 25 de maio, na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
A confirmação de Samir Xaud como novo presidente da CBF é o ponto culminante de um processo eleitoral sem concorrência. Com maioria esmagadora entre as federações estaduais — apoio essencial no modelo de votação da entidade —, Xaud inviabilizou a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que não conseguiu reunir o mínimo de oito federações estaduais para registrar sua chapa. O dirigente paulista tinha, no entanto, apoio de 32 clubes, incluindo membros das duas principais ligas em formação no país: a Libra e a Liga Forte União (LFU).
O caminho de Samir Xaud até a presidência da CBF
A princípio, o caminho de Samir Xaud ao comando da CBF aconteceu sobre uma base sólida nos bastidores da política esportiva nacional. Em sua gestão na Federação Roraimense, se aproximou de nomes influentes do cenário esportivo e jurídico, e montou uma chapa composta por figuras de peso. Entre os oito vices estão Fernando Sarney, ex-vice da CBF e atual presidente interino, e Flavio Zveiter, ex-presidente do STJD, que deve atuar como CEO da entidade nos próximos anos. A presença de Zveiter, aliás, reforça o viés técnico e jurídico da nova gestão.
Zveiter, um dos articuladores mais ativos nos bastidores, foi pré-candidato à presidência da CBF em 2024, no primeiro afastamento de Ednaldo Rodrigues. Seu nome é visto como um elo entre os interesses institucionais da CBF e as demandas dos clubes. A expectativa, portanto, é de que ele tenha protagonismo nas decisões estratégicas e represente um contraponto técnico ao estilo político de Xaud.
Além disso, a chapa traz nomes com histórico de fidelidade ao atual grupo dominante dentro da CBF. Estão entre os vices eleitos José Vanildo (Rio Grande do Norte), Michelle Ramalho (Paraíba), Ricardo Paul (Pará), Ednailson Rozenha (Amazonas), Rubens Angelotti (Santa Catarina) e Gustavo Dias Henrique (Distrito Federal). Este último, inclusive, tem ligações com o ministro do STF Gilmar Mendes e com o IDP — instituto parceiro da CBF Academy em contratos milionários. Gustavo foi peça-chave para que Ednaldo Rodrigues recuperasse a presidência por decisão judicial no fim de 2023.
Clubes que apoiaram o novo nome
O modelo eleitoral da CBF confere peso desproporcional às federações estaduais, que detêm 81 dos 141 votos totais. Cada federação tem peso 3, enquanto os 20 clubes da Série A e os 20 da Série B têm peso 1 cada. Isso explica como Xaud, mesmo sem maioria entre os clubes, consolidou uma base ampla para se eleger. Clubes como Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Vasco, Amazonas, CRB, Criciúma, Paysandu e Volta Redonda se alinharam à candidatura do roraimense, assegurando a quantidade mínima exigida para a inscrição da chapa.
Quando será a eleição?
A eleição, marcada para o dia 25, acontecerá na sede da CBF no Rio de Janeiro, com previsão de primeira convocação às 10h30 da manhã. A comissão eleitoral liberou a participação remota dos votantes, o que facilita a logística em meio à rodada do Campeonato Brasileiro. No entanto, com 25 federações e nove clubes já formalmente ao lado de Xaud, a vitória é mera formalidade.