Carille cair era quase inevitável após derrota do Vasco

Redação

abril 27, 2025

O Vasco da Gama oficializou, neste domingo (27), a demissão de Fábio Carille após a derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, no Estádio Parque do Sabiá. Felipe Loureiro, que atua como diretor técnico do clube, assume o comando interinamente enquanto a diretoria procura um novo treinador. Embora a decisão tenha sido tomada apenas agora, muitos já apontavam que Carille cair era quase inevitável, especialmente diante dos resultados recentes e da pressão crescente vinda das arquibancadas.

Desde dezembro de 2024, quando foi anunciado como técnico, Fábio Carille não teve vida fácil em São Januário. Embora tenha sido responsável por 14 partidas, conquistando sete vitórias, três empates e sofrendo quatro derrotas, o aproveitamento de 50% não foi suficiente para blindá-lo. Dessa forma, a queda do treinador parecia apenas uma questão de tempo.

Curta passagem sem convencer

Fábio Carille chegou ao Vasco em um momento de grandes expectativas. Ainda que não tenha sido a primeira opção da diretoria, a aposta no técnico parecia segura, visto seu histórico de títulos por outros clubes. No entanto, à medida que o tempo avançava, ficava claro que Carille cair era quase inevitável. As atuações do time, muitas vezes apáticas e sem criatividade ofensiva, geraram desconfiança em parte da torcida.

Durante o Campeonato Carioca, por exemplo, o desempenho no clássico contra o Flamengo serviu como um alerta vermelho. O torcedor, então, passou a questionar a qualidade do trabalho, mesmo com o discurso de paciência vindo da diretoria. Além disso, a ausência de reforços impactou diretamente na performance em campo, uma vez que Carille afirmou que o elenco atual era suficiente para alcançar bons resultados, algo que, na prática, não se confirmou.

Enquanto Pedrinho, presidente do clube, tentava justificar o planejamento, o futebol apresentado não empolgava. Assim, o ambiente interno começou a ficar cada vez mais tenso, e a relação entre torcida, elenco e comissão técnica se deteriorava rapidamente.

Carille cair era quase inevitável após derrota do Vasco: desgaste com torcida

A situação de Carille no Vasco se agravou ainda mais quando o técnico adotou um discurso duro em relação aos torcedores. Após a vitória contra o Santos, na estreia do Brasileirão, o treinador criticou abertamente parte da torcida, afirmando que era “muito fácil apoiar só quando está ganhando”. Embora tenha sido sincero, o comentário foi visto como desnecessário e, de certa forma, inflamou ainda mais o ambiente.

Enquanto isso, nos bastidores, Pedrinho reforçava a narrativa de que o treinador dispunha das peças que pediu. Em entrevista ao canal “Colina em Foco”, o presidente assegurou que as alternativas técnicas chegaram ao elenco e que, a partir dali, seria possível cobrar resultados mais concretos. Nesse sentido, Carille cair era quase inevitável, pois já não existiam mais desculpas plausíveis para justificar o desempenho irregular.

A derrota para o Cruzeiro, então, apenas acelerou um processo que já parecia consolidado. Sem apresentar evolução tática e com a pressão da torcida atingindo níveis insustentáveis, a demissão tornou-se o único caminho possível para a diretoria cruz-maltina.

Agora, o Vasco busca nova solução

Sem Carille, o Vasco volta suas atenções para a sequência da temporada. Felipe Loureiro, ídolo do clube e atual diretor técnico, assume o time interinamente e terá pela frente o desafio de preparar a equipe para o duelo contra o Operário, pela Copa do Brasil, já nesta terça-feira (29). Enquanto isso, a diretoria vascaína trabalha nos bastidores para definir o próximo comandante.

Ainda que a troca de técnico possa gerar um choque imediato de motivação, o cenário não será simples. Afinal, o novo treinador precisará lidar com um elenco ainda em formação e com a urgência por resultados, tanto no Brasileirão quanto na Copa Sul-Americana. Portanto, a escolha do substituto se torna crucial para que o clube consiga atingir seus objetivos na temporada.

Apesar da saída de Carille, a direção do Vasco reconhece que parte da responsabilidade também recai sobre o planejamento feito no início do ano. No futebol, as mudanças nem sempre garantem sucesso imediato, mas, neste caso, Carille cair era quase inevitável diante de tantas evidências de desgaste.

Carille cair era quase inevitável após derrota do Vasco: lições para o futuro

A demissão de Fábio Carille deixa uma série de lições para o Vasco. Primeiramente, a importância de alinhar expectativas com a torcida. Em segundo lugar, a necessidade de montar um elenco que, de fato, atenda às necessidades táticas do treinador. Por fim, a comunicação precisa ser mais cuidadosa, tanto nas vitórias quanto nas derrotas, para evitar conflitos desnecessários com a apaixonada torcida vascaína.

Enquanto o time tenta se reorganizar dentro de campo, a diretoria terá que trabalhar nos bastidores para minimizar os impactos da mudança de comando. Afinal, mesmo com os tropeços recentes, a temporada ainda reserva oportunidades para que o Vasco reconquiste a confiança de sua torcida e busque voos mais altos.

Dessa maneira, embora seja verdade que Carille cair era quase inevitável, o clube precisa olhar para frente e fazer dessa turbulência um ponto de virada.