A importância de Fabrício Braga no retorno de PH Ganso

Redação

abril 9, 2025

A vitória do Fluminense por 2 a 1 sobre o Bragantino, no último domingo (6), no Maracanã, marcou mais do que apenas três pontos importantes no Campeonato Brasileiro. A partida também foi palco do retorno de Paulo Henrique Ganso, que voltou a jogar após quase dois meses afastado por conta de uma miocardite — inflamação no músculo do coração.

O camisa 10 entrou em campo aos 23 minutos do segundo tempo, sob aplausos da torcida e cercado por amigos, familiares e profissionais que o acompanharam durante todo o processo de recuperação. Entre eles, uma presença especial chamou atenção: a do cardiologista Fabrício Braga, responsável pelo diagnóstico e tratamento do jogador.

Braga, que desde 2016 atua em parceria com o departamento médico do Fluminense por meio do Laboratório de Performance Humana (LPH), esteve no estádio para acompanhar o retorno de Ganso. Em entrevista ao ge, o médico, visivelmente emocionado, revelou que fez questão de estar presente para transmitir confiança ao atleta.

— Eu quis ir pessoalmente. Queria que ele se sentisse mais seguro. Foi emocionante vê-lo em campo novamente. Para quem ama o esporte, como eu, isso mexe demais — afirmou Fabrício, com a voz embargada.

O caso de Ganso, embora delicado, foi considerado leve. Segundo Braga, o protocolo tradicional de afastamento para atletas com miocardite prevê de três a seis meses fora de atividade. No entanto, com os avanços da medicina esportiva e o monitoramento constante, foi possível reduzir esse tempo de recuperação.

Retorno com responsabilidade

Apesar da liberação médica, a volta de Ganso está sendo feita de forma gradual. A expectativa é de que o jogador vá ganhando ritmo aos poucos, respeitando os limites físicos após o período longe dos treinos intensos e dos jogos.

O diagnóstico de miocardite em atletas de alto rendimento tem se tornado mais conhecido nos últimos anos, com casos que vão desde quadros leves, como o de Ganso e do canadense Alphonso Davies, até situações mais sérias, como as de Sergio Agüero — que se aposentou por conta da condição — e Christian Eriksen, que atualmente joga com o auxílio de um desfibrilador implantado.

A volta de Ganso foi celebrada pela torcida tricolor e também por quem acompanhou de perto sua batalha silenciosa fora dos holofotes. Para Fabrício Braga, o momento simbolizou mais do que uma recuperação: foi a vitória da vida.