
O técnico português Bruno Lage, que comandou o Botafogo em parte da temporada passada, está processando John Textor na Suprema Corte da Inglaterra. O treinador cobra 6 milhões de libras (aproximadamente R$ 46 milhões) alegando que o empresário norte-americano descumpriu um acordo firmado após sua passagem pelo clube carioca.
Segundo reportagem do jornal britânico The Telegraph, documentos obtidos pela publicação indicam que, após assinar com o Botafogo em julho de 2023, Bruno Lage teria firmado um novo compromisso com Textor, no qual estava prevista sua ida para outro clube do grupo Eagle Football — que inclui, entre outros, o Lyon e o Crystal Palace.
⚠️ Ex-Botafogo, Bruno Lage processa John Textor cobrando 6 milhões de libras (R$ 46 milhões) por promessa de emprego não cumprida.
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) April 11, 2025
O treinador português alega que o contrato assinado com Textor garantiria uma oportunidade de treinar Lyon, Crystal Palace ou outros clubes da Eagle… pic.twitter.com/gPzsoihX7y
O acordo, válido de 1º de janeiro a 15 de abril de 2024, estabelecia que Textor usaria sua influência como acionista majoritário para garantir a contratação de Lage por um desses clubes. Caso isso se concretizasse, o técnico e sua comissão técnica receberiam 2 milhões de libras (cerca de R$ 21 milhões), livres de impostos, por um contrato de dois anos.
Por outro lado, se nenhum dos clubes o contratasse até o fim do prazo estipulado, o empresário teria que pagar a quantia total acordada ao treinador. O contrato também previa uma cláusula de penalização: caso Lage aceitasse trabalhar em uma equipe fora do grupo de Textor antes de 15 de abril, teria que pagar uma multa de 2,75 milhões de libras.
Após deixar o Botafogo em outubro de 2023, Bruno Lage permaneceu desempregado até setembro de 2024, quando assumiu o comando do Benfica, seu atual clube.
Durante o período mencionado no acordo, tanto o Lyon quanto o Crystal Palace trocaram de técnicos. Em fevereiro, os ingleses contrataram Oliver Glasner, enquanto o clube francês efetivou Pierre Sage, que posteriormente foi substituído por Paulo Fonseca em janeiro. Bruno Lage, no entanto, não chegou a receber propostas de nenhuma dessas equipes.
Procurada pelo The Telegraph, a Eagle Football confirmou a existência do processo, mas contestou as alegações de Lage. A empresa afirmou que o treinador “não tem direito contratual aos valores solicitados” e que irá se defender com firmeza na Justiça, buscando inclusive o ressarcimento das custas do processo.
Em nota, a holding ainda expressou surpresa pela ação movida pelo português, destacando que ele deixou voluntariamente o Botafogo, um dos clubes do grupo. A Eagle reforçou que continua aberta ao diálogo com Bruno Lage e seus representantes para buscar uma resolução amigável, embora considere o litígio prejudicial para ambas as partes.