O estádio Nilton Santos recebeu uma verdadeira batalha entre Botafogo e São Paulo, que empataram em 2 a 2 em um jogo repleto de alternativas, intensidade e polêmicas. Durante os 90 minutos — somados a longos acréscimos — os dois times oscilaram, alternaram domínios e proporcionaram um espetáculo caótico e empolgante para os torcedores. Com variações táticas, golaços, lances revisados pelo VAR e mudanças de ritmo, o duelo mostrou que, mesmo com deficiências, Botafogo e São Paulo fazem um jogaço no Niltão.
Desde o apito inicial, as duas equipes adotaram posturas ofensivas. O Botafogo conseguiu criar boas jogadas pelo lado esquerdo, principalmente com as combinações entre Cuiabano e Matheus Martins. Savarino, por sua vez, circulava por dentro e oferecia perigo em chutes de média distância. Ainda assim, quem abriu o placar foi o São Paulo. Ferreirinha, após escanteio mal afastado, finalizou com perfeição e colocou os visitantes na frente.
A resposta alvinegra veio na mesma moeda. Savarino recebeu na esquerda, cortou a marcação e acertou o ângulo, empatando o jogo com um golaço. O ritmo seguiu frenético e, embora o Botafogo pressionasse, o São Paulo mostrou equilíbrio e retomou a vantagem com André Silva, ainda no fim da primeira etapa.

Botafogo e São Paulo fazem um jogaço no Niltão com intensidade e polêmicas
No segundo tempo, o Botafogo voltou ainda mais agressivo. Renato Paiva ajustou o posicionamento de Gregore, que passou a atuar mais à direita da linha defensiva, acelerando a saída de bola. Dessa forma, Artur e Vitinho participaram com maior frequência e geraram chances. Mesmo pressionado, o São Paulo manteve sua identidade, trocando passes curtos, administrando o relógio e tentando acalmar o confronto.
Ainda assim, a postura do Tricolor incomodou os torcedores do Botafogo, que exigiam mais entrega. Quando Paiva tirou Gregore para a entrada de Patrick de Paula, parte da arquibancada reagiu com vaias. Enquanto isso, Zubeldia respondia com substituições para recompor o meio-campo e manter o controle do jogo.
Rafael começou a brilhar. O goleiro são-paulino salvou a equipe em diversas oportunidades, principalmente entre os 30 e 36 minutos da etapa final, defendendo finalizações de Savarino, Igor Jesus e Matheus Martins. Apesar das dificuldades defensivas, o São Paulo ainda ameaçava nos contra-ataques, sempre com Ferreirinha como referência pelo lado esquerdo.
Contudo, a pressão do Glorioso surtiu efeito. Após escanteio cobrado por Savarino, Igor Jesus subiu mais alto e empatou a partida. O jogo seguiu aberto até o fim, e, nos acréscimos, Luciano quase marcou o terceiro para o São Paulo, enquanto Mastriani perdeu a chance da virada alvinegra.
Os destaques individuais elevam o nível do duelo
Além das jogadas bem construídas coletivamente, o duelo foi marcado por atuações individuais de alto nível. No Botafogo, Savarino se destacou com um gol e uma assistência, além de muita movimentação. Igor Jesus também teve participação decisiva, não apenas pelo gol marcado, mas pela entrega em campo. Cuiabano, mesmo com problemas defensivos, criou boas jogadas com Matheus Martins pela esquerda.
No São Paulo, Ferreirinha novamente foi o nome mais perigoso. Marcou um golaço, criou diversas jogadas e ainda participou da construção do segundo gol. Rafael, com defesas cruciais, segurou o resultado para os visitantes em momentos de grande pressão. André Silva, que substituiu o lesionado Calleri, aproveitou a chance com uma atuação sólida e participativa.
Além disso, o árbitro precisou de atenção redobrada. O VAR anulou um gol de Ferraresi por impedimento de Matheus Alves e, em outro lance, reverteu um pênalti inicialmente marcado para o Botafogo. As decisões geraram reclamações, mas seguiram o protocolo da arbitragem de vídeo.
Botafogo e São Paulo fazem um jogaço no Niltão e saem com lições para a temporada
Com o empate, Botafogo e São Paulo fazem um jogaço no Niltão e deixam o gramado com motivos para otimismo e preocupação. O Glorioso mostrou força ofensiva, mas voltou a exibir fragilidades defensivas que precisam de ajustes urgentes. Mesmo sem grandes desfalques, o time carioca sofreu com bolas nas costas e cobertura mal feita. No entanto, a capacidade de reação e o volume de jogo no segundo tempo foram positivos.
Já o São Paulo, mesmo com ausências como Arboleda e Calleri, sustentou a intensidade durante boa parte do duelo. A comissão técnica deverá monitorar o desgaste físico de atletas como Ferreirinha e Rafael, fundamentais para o desempenho coletivo. A transição ofensiva funcionou, mas a defesa, em certos momentos, permitiu finalizações em excesso.
Apesar das falhas, Botafogo e São Paulo fazem um jogaço no Niltão e mostram que, quando decidem atacar, proporcionam espetáculo. A igualdade no placar traduz a imprevisibilidade do duelo e reforça o equilíbrio do Campeonato Brasileiro. Para os torcedores, o empate pode ter gosto amargo, mas o nível da partida certamente agradou quem assistiu.

