Apesar da vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño, pela 2ª rodada da Conmebol Libertadores, o foco da partida recaiu sobre Richard Ríos. O meio-campista colombiano, autor do gol da vitória, mandou a torcida alviverde se calar após balançar as redes e foi imediatamente recebeu vaias por parte do público. A polêmica gerou desconforto, e o técnico Abel Ferreira tratou de intervir rapidamente para amenizar o clima.
Ainda no gramado, Ríos demonstrou arrependimento. Pouco depois, nos bastidores, pediu desculpas aos torcedores e ao clube. Viram o gesto do atleta como impulsivo e emocional, mas também como uma resposta a críticas que já vinham desde a decisão do Campeonato Paulista contra o Corinthians, em que o colombiano teve atuações contestadas.
Durante a entrevista coletiva, Abel foi questionado sobre o episódio. Em sua resposta, o treinador português mostrou firmeza e sensibilidade, saindo em defesa do seu jogador. “Quem sou eu para julgar o Ríos?”, iniciou Abel. “Futebol não é igreja, é emoção. Às vezes, os jogadores reagem no calor do momento. O importante é que ele pediu desculpas, reconheceu o erro e seguiu em frente.”
Abel sai em defesa a Ríos
Para o treinador, o mais relevante foi o comportamento posterior do atleta. Segundo ele, o arrependimento de Ríos revelou um traço de humildade e caráter. “O Ríos tem um coração top, é trabalhador, humilde. Fez as pazes rapidamente com a torcida. Ninguém é perfeito, e o gesto de pedir desculpas mostra grandeza. Quando erramos, a atitude mais nobre é reconhecer”, afirmou Abel.
Além disso, o técnico explicou que nem tinha percebido o que havia ocorrido no momento do gol. “Comecei a ouvir as vaias e não entendi. Foi o Castanheira [auxiliar técnico] que me explicou depois. E o melhor é que tudo terminou bem, com o clube reconhecendo o gesto de reconciliação e os torcedores entendendo”, completou.
Apesar da polêmica, o Palmeiras manteve o foco e garantiu a segunda vitória consecutiva na fase de grupos da Libertadores. Com 100% de aproveitamento, o Verdão caminha com confiança rumo à classificação. O gol de Ríos, aliás, surgiu de uma jogada coletiva bem trabalhada e que acabou coroando uma atuação sólida do meio-campo, que conseguiu equilibrar marcação e criação ao longo da partida.
Abel defende Ríos, porém não concorda com a atitude
A comissão técnica, inclusive, teria incentivado o jogador a se pronunciar após o jogo. Abel e outros integrantes do elenco sugeriram a Ríos que se desculpasse publicamente. De modo respeitoso, o colombiano aceitou o conselho e tratou do mal-estar antes que a situação fugisse do controle. Com isso, a reconciliação foi bem recebida, tanto pela diretoria quanto por boa parte da torcida.
O episódio escancarou a pressão que os jogadores enfrentam constantemente, especialmente quando falhas em momentos decisivos ainda estão frescas na memória dos torcedores. Entretanto, também evidenciou a força do grupo comandado por Abel Ferreira, que tem como um de seus pilares o suporte emocional aos atletas.
Nas redes sociais, o gesto de Ríos dividiu opiniões. Se por um lado houve críticas, por outro, muitos torcedores elogiaram a sinceridade do pedido de desculpas. A partida, que tinha tudo para ser apenas mais uma vitória na campanha palmeirense, se transformou em um símbolo da relação complexa entre ídolo, torcida e cobrança.
Agora, o Palmeiras se prepara para enfrentar o São Paulo no próximo domingo, pelo Campeonato Brasileiro. A expectativa é de que Ríos esteja novamente entre os titulares, e a torcida poderá demonstrar, na arquibancada, se o episódio ficou no passado.
Para Abel Ferreira, no entanto, já fizeram o mais importante. O técnico reiterou sua confiança no atleta e no elenco. “O futebol é feito de falhas e acertos. O que define os grandes jogadores é como eles reagem. E o Ríos reagiu com humildade, com cabeça no lugar. Para mim, isso basta”, finalizou.
Com o grupo unido e a liderança no grupo da Libertadores garantida, o Palmeiras segue firme no objetivo de brigar por mais um título continental. E, com o apoio do treinador, Ríos tem tudo para transformar a crítica em combustível dentro de campo.
