Levando um sonoro 3 a 0 em jogo sem reação; falhas defensivas e falta de criatividade marcam o revés cruzmaltino.
O Vasco da Gama teve uma noite para ser esquecida neste sabádo (9), ao ser derrotado pelo Fortaleza por 3 a 0, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. A partida, realizada no estádio do Castelão, em Fortaleza, foi marcada por falhas defensivas evidentes, um desempenho coletivo abaixo e a ausência de soluções por parte do técnico Rafael Paiva, que não conseguiu encontrar alternativas para superar a forte marcação do time comandado por Juan Vojvoda.
Defesa vazada e erros cruciais
Desde o início do jogo, a fragilidade defensiva do Vasco foi um problema constante. Aos 12 minutos do primeiro tempo, em um lance que sintetizou o que seria o resto da partida para o time carioca, os zagueiros Maicon e Leo Pelé falharam na marcação. Depois de Piton perder a bola e Tinga acertar um belo cruzamento, o atacante Martinez subiu livre na pequena área para abrir o placar para o Fortaleza. A defesa vascaína, desorganizada e sem qualquer tipo de compactação, viu o adversário vencer a disputa aérea com facilidade. O gol evidenciou a falta de entrosamento e atenção da dupla de zaga, especialmente de Maicon e Leo Pelé, que falharam na cobertura.
Além da falha no primeiro gol, a defesa do Vasco continuou a mostrar pouca solidez durante toda a partida. A pressão do Fortaleza era constante, e as investidas ofensivas do time cearense se convertiam em um número elevado de finalizações, enquanto o Vasco parecia desorganizado e sem criatividade para reagir.
Posse de bola sem efetividade
Um dos aspectos mais preocupantes da derrota foi a disparidade entre a posse de bola e a produção ofensiva. O Vasco teve 60% de posse durante os 90 minutos, mas, paradoxalmente, finalizou apenas 4 vezes. O time de Rafael Paiva não conseguiu transformar a posse em ameaças reais ao gol adversário, o que facilitou o trabalho do Fortaleza, que, por sua vez, sabia como explorar os espaços deixados pela defesa vascaína. O time de Juan Vojvoda, ao contrário, foi mais objetivo: finalizou 14 vezes e foi muito mais eficaz em suas ações ofensivas.
O Fortaleza teve o controle do jogo nas transições rápidas, aproveitando os erros do Vasco e respondendo com agilidade, enquanto o time carioca mostrava dificuldades em criar jogadas de ataque. O modelo de jogo proposto por Vojvoda, que permite ao adversário ter a posse, mas impõe uma pressão constante quando a bola é perdida, foi efetivo, pois o Vasco não teve resposta para as investidas rápidas e objetivas do rival.
Breno Lopez e Renato Kayzer selam a goleada
Com o placar favorável, o Fortaleza seguiu em busca de mais gols. Aos 28 minutos do segundo tempo, Breno Lopez fez o segundo gol, em um lance em que a defesa vascaína, mais uma vez, foi surpreendida. O goleiro Luis Henrique até tentou intervir, mas a defesa não conseguiu evitar o chute que foi no canto inferior esquerdo. No fim da partida, aos 45 minutos, Renato Kayzer, que teve passagem pelo clube carioca, fez o terceiro e selou a goleada para o Fortaleza, deixando o Vasco ainda mais desolado.
Sem soluções e sem reação
O técnico Rafael Paiva, que já vinha enfrentando pressão após resultados irregulares, não encontrou alternativas para modificar o ritmo da partida. O time cruzmaltino teve dificuldades tanto na construção ofensiva quanto na contenção do contra-ataque do Fortaleza, e suas mudanças durante o jogo pouco impactaram o desempenho da equipe.
Enquanto o Fortaleza, sob a batuta de Juan Vojvoda, parecia ter um plano claro de jogo, o Vasco se mostrou sem identidade e sem capacidade de adaptação. O time carioca, que tentava controlar o jogo através da posse de bola, careceu de criatividade e, principalmente, de intensidade nas ações ofensivas. As substituições de Paiva não surtiram o efeito esperado, e a equipe se viu impotente diante de um Fortaleza que, embora não tenha dominado a posse, foi muito mais eficiente.
Retrocesso no trabalho de Paiva?
A derrota por 3 a 0 para o Fortaleza coloca em cheque o momento do Vasco no Campeonato Brasileiro. O time, que havia mostrado um futebol sólido em algumas rodadas anteriores, agora enfrenta uma nova crise, com uma defesa vulnerável, uma falta de criatividade no meio de campo e um ataque ineficaz. Rafael Paiva, que havia conquistado o posto de técnico após boas atuações, agora se vê sob pressão, sem respostas claras para os problemas que se acumulam no time.
Enquanto o Fortaleza segue firme sob o comando de Juan Vojvoda, o Vasco precisa urgentemente se reorganizar e encontrar soluções para suas deficiências, especialmente no sistema defensivo. O caminho para a recuperação será longo, e a próxima rodada será decisiva para as pretensões do time carioca no campeonato.