Acabou a era Tite no Flamego.
Agora vai!
Será?
Como sempre, no futebol brasileiro, a culpa pelo fracasso do time é do técnico, demitido na manhã desta segunda-feira. Longe de seu trabalho merecer elogios, mas a culpa realmente é dele? E quem contrata não tem culpa nenhuma? Quem contratou não sabia do estilo defensivo e conservador do time da Gávea, que vai totalmente contra aos anseios da torcida, viúva e refém até hoje de Jorge Jesus?
Essa demissão foi uma resposta à torcida, um aceno às eleições do clube no fim do ano ou um movimento populista para Marcos Braz se reeleger a vereador? Ou tudo isso?
Pelas pesquisas mais recentes, Rodolfo Landim não conseguiria emplacar seu sucessor, Rodrigo Dunshee. Daí o desespero da cúpula rubro-negra.
Por que a campanha de Dunshee adiou o evento de lançamento que seria hoje para o próximo dia 14?
Esperança de resultados melhores até lá?
E Marcos Braz, mesmo usando o clube e torcidas organizadas para fazer campanha, também teria dificuldades de se reeleger como vereador.
Por que ninguém realmente cobra como se deveria?
E os almoços do vice de comunicação Gustavo Oliveira e Diogo Lemos, vice presendente de Gabinete da presidência e integrante do Conselho de Futebol, com incluenciadores e torcedores do Flamengo, postados à exaustão nas redes sociais?
Aliás, o que faz Diogo Lemos, torcedor?
Outra pergunta que fica: nenhum dos 10 treinadores da gestão Landim presta?
Passaram Abel Braga, Jorge Jesus, Doménec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli e Tite.
Todos demitidos.
Mas a diretoria, que contratou e demitiu essa turma toda – exceto JJ -, segue intacta.
Saíram apenas Fabinho, para o Corinthians, e Juan, para a Seleção, com cargos mais abaixo, que ninguém sabe dizer exatamente que faziam.
E Bruno Spindel? Qual é a dele? O que faz? Onde vive? Do que se alimenta?
Criticado por torcedores e conselheiros do clube, o atual diretor de futebol é uma incógnita, apesar de visto como “competente na parte burocrática das contratações”. Com 15 anos de mercado financeiro, chegou ao Flamengo na gestão de Eduardo Bandeira de Mello, convidado por Luiz Eduardo Baptista, o BAP, hoje rival de Landim, para ser gerente de Marketing, subordinado ao ex-CEO Fred Luz, hoje no Corinthians. Mas logo assumiu a diretoria da pasta. Mais tarde, virou CEO do Flamengo.
Que confusão, né?
Em 2018, chegou a dizer que o futebol “era um mercado novo” para ele.
Também disse que precisaria se “qualificar para poder questionar mais e ajudar a fazer as melhores escolhas junto com o departamento de futebol”.
Seis anos depois, não parece ser mais tão novo assim.
Mas os resultados mostram que o trabalho não é bom.
Assim como Tite, Rodolfo Landim, Marcos Braz e Bruno Spindel precisam ser cobrados.
Sobre os dois primeiros, as urnas cobrarão no fim do ano.
A gestão de futebol amadora do clube, ainda com a figura de um vice estatutário amador posando de poderoso chefão baforando seu charuto, como na década de 90, provocando o Real Madrid, não condiz com a realidade do clube que arrecada mais de R$ 1 bilhão por ano.
Enquanto Botafogo, Palmeiras, Fortaleza, Bahia dão aula de gestão profissional com CEOs de verdade, diretores remunerados, cobrança corporativa, – não à toa os três primeiros estão acima do Flamengo na tabela -, o Rubro-Negro estaciona em manias do futebol mais antigas do que o Jornal dos Sports.