Em clima de Semana Santa, um dos jogos mais marcantes da história do futebol carioca volta à memória dos torcedores. O ano era 2000, o palco era o Maracanã, e o Vasco protagonizava uma das maiores goleadas da história do Clássico dos Milhões. Romário foi o maestro, Pedrinho deu show, e Eurico Miranda entregou chocolate — dentro e fora de campo.
O início do roteiro épico
Logo no começo, o Flamengo saiu na frente. Petkovic cruzou na área e Leandro Machado abriu o placar com uma bela cabeçada. A torcida rubro-negra se empolgou, mas por pouco tempo. Aos 14 minutos, Felipe empatou após rebote do goleiro. Então, começou o verdadeiro espetáculo.
A virada com sabor de revanche
Romário, reencontrando o ex-time após mais de uma década, marcou o gol da virada. Ainda no segundo tempo, o Baixinho voltou a balançar as redes mais duas vezes. Pedrinho, com personalidade e ousadia, completou o massacre com o quinto gol. A atuação do meia, aliás, não se limitou ao gol. Ele provocou, fez embaixadinhas no meio-campo e foi alvo da fúria adversária.
“Eu dei os ovos de Páscoa pra torcida e o chocolate pra eles”.
— PELEJA (@PELEJA) April 9, 2023
No domingo de Páscoa de 2000, o Vasco aplicou um sonoro 5 a 1 sobre o Flamengo, pela Taça Guanabara.
É claro que Eurico não ia deixar passar a oportunidade de alfinetar o rival. pic.twitter.com/6sRZayJv65
Confusão generalizada e expulsões
A sequência de embaixadinhas irritou os flamenguistas. Juan tentou o carrinho, recebeu amarelo. Fábio Baiano partiu para cima de Pedrinho e acabou expulso. Alex Oliveira, que defendeu o camisa 10 do Vasco, também foi para o vestiário mais cedo. Até o técnico Abel Braga entrou em campo para tentar acalmar os ânimos.
Promessa cumprida de Eurico Miranda

A torcida vascaína foi ao delírio. Antes da bola rolar, Eurico Miranda distribuiu 40 mil ovos de Páscoa para os torcedores e prometeu: haveria chocolate. Após o apito final, sua frase virou bordão:
“Eu prometi dar ovos de Páscoa à torcida e chocolate ao Flamengo”.
Torcida vascaína fez o Maracanã tremer

Mesmo com o mando de campo rubro-negro, o estádio só ecoava os gritos cruzmaltinos. Frases como “eu, eu, eu, o Eurico prometeu” dominaram o Maracanã. Com a vitória, o Vasco fechava a Taça Guanabara de forma invicta, com dez vitórias e um empate.
A origem do termo “chocolate” no futebol
Curiosamente, o termo “chocolate” usado em goleadas nasceu com o próprio Vasco. Em 1981, durante vitória por 4 a 0 sobre o Internacional, o radialista Apolinho começou a cantar “toma chocolate, paga lo que debes”, da música El Bodeguero. A expressão pegou. Desde então, virou sinônimo de goleada — e se eternizou naquele domingo de 2000.
Conclusão doce
Portanto, há 25 anos, o Vasco escreveu um dos capítulos mais doces de sua história. Entre gols, provocações, confusões e promessas cumpridas, o Clássico do Chocolate entrou para sempre no coração dos vascaínos. Afinal, nem todos os domingos de Páscoa são iguais — alguns são recheados com gols, ovos e boas lembranças.